Por Natalie Schonwald
Um espaço verdadeiramente inclusivo precisa ser acolhedor, seguro e adequado para o uso de pessoas com ou sem deficiência, com a finalidade de promover aceitação e equidade.
Essas são características que a especialista em temas de inclusão e diversidade, Natalie Schonwald, destaca para que o local se torne uma opção de trabalho ou de lazer, com o propósito de oferecer as mesmas chances aos indivíduos, de acordo com suas necessidades.
Inclusão e ibilidade têm significados diferentes, no entanto, alinhados, ajudam na construção de uma maior autonomia e liberdade de pessoas com deficiência (PCD).
“Os espaços urbanos públicos íveis são aqueles que, arquitetonicamente, permitem que esses cidadãos possam ter o de forma autônoma, enquanto que os ambientes inclusivos são aqueles que respeitam a diversidade propiciando as mesmas alternativas adequadas para todos”, explica Natalie.
Ainda de acordo com a profissional, a construção de um espaço público inclusivo precisa, no mínimo, atender a ibilidade estrutural, como elevadores, rampas de o, plataforma elevatória, banheiros adaptados, audioguia, comunicação em libras e audiodescrição (em caso de um evento), sistema de sonorização de emergência, entre outros.
“O importante é que o estabelecimento esteja realmente disposto em tornar-se um local de inclusão tendo em vista que o maior benefício é que as pessoas com e sem deficiências possam conviver com equidade, favorecendo a autoestima das pessoas com deficiência”.
Natalie enfatiza que as adaptações também são de grande valia para o bem-estar de quem tem outras condições, como o autismo.
“Atualmente, temos muitos casos de TEA, então essa é uma questão que deve receber muita atenção por se tratar de um espectro com diversas variáveis, por isso, o ideal é que o ambiente consiga atender, da forma mais abrangente possível.
Por exemplo, ambientes com sons mais suaves, áreas onde a criança em crise possa se acalmar e a capacitação dos funcionários para lidar com essas situações ajudam a garantir a ibilidade e segurança para todos”.

Projeto para todos rompe barreiras
Diferentes necessidades podem estar unidas em um mesmo projeto urbano, pois seguem com o mesmo objetivo a favor da comunidade, ajudando até a combater preconceitos.
“Muitas vezes, algo que supostamente é voltado para esse grupo minoritário, pode ajudar outros usuários, como as rampas, muito utilizadas por esse público e também por mães que andam com carrinhos de bebê.
Outra observação é o o a espaços recreativos que ainda é limitado, pois tanto em grandes parques quanto os menores, de bairro, encontramos brinquedos individuais para crianças com deficiência, ou seja, a inclusão nesse caso não prevalece, já que as crianças com e sem deficiência não interagem.
O ideal é que esses lugares ofereçam brinquedos para ambas se divertirem juntas, como gangorra e balanço. Se analisarmos por esses ângulos, a adequação de áreas públicas pode favorecer a todos”, enfatiza a profissional.
Soluções
Os desafios mencionados anteriormente, segundo a especialista, são barreiras comuns que diversas cidades enfrentam na criação de espaços inclusivos.
“Para os municípios, é fundamental ter calçadas de melhor qualidade e também fazer o uso de tecnologias assistivas para que pessoas com baixa visão ou cegas possam atravessar a rua com segurança, como, por exemplo algum sistema com um dispositivo tátil, em braile, que consiga indicar se o semáforo está verde, amarelo ou vermelho, através de emissão sonora para melhorar a clareza.
Hoje em dia, a maioria dos edifícios públicos oferece ibilidade, mas o espaço urbano ainda não satisfaz as demandas de indivíduos com mobilidade reduzida.
Contudo, essas políticas públicas sozinhas não são suficientes; é essencial que os grupos que precisam destas modificações lutem e pressionem para que ações como essas sejam efetivamente implementadas e colocadas em prática”, finaliza Natalie.
Natalie Schonwald é psicóloga, pedagoga, palestrante de inclusão e diversidade. É pós-graduanda em Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades (SP) e autora dos livros “Na Cidade da Matemática” e “Na Cidade da Matemática – Bairro das Centenas”.
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