Erradicar o trabalho infantil é mais do que proteger crianças: é romper com estruturas sociais que perpetuam a pobreza.
Para assistentes sociais, compreender essa lógica é essencial para o enfrentamento qualificado desse fenômeno.
Quando uma criança entra precocemente no mundo do trabalho, deixa de viver plenamente sua infância e, muitas vezes, é afastada do ambiente escolar.
A evasão e o baixo rendimento escolar são consequências diretas.
Sem o à educação de qualidade, essas crianças tornam-se adultos com baixa qualificação profissional, ocupando postos de trabalho precarizados, informais e mal remunerados.
Esse processo, por sua vez, alimenta o ciclo intergeracional da pobreza. Ou seja, os filhos de trabalhadores infantis tendem a repetir o mesmo destino.

A ausência de direitos, de escolaridade e de oportunidades não é um acidente: é o reflexo de uma estrutura socioeconômica que naturaliza a desigualdade desde a infância.
Além disso, o trabalho infantil contribui para a invisibilidade das famílias em situação de vulnerabilidade.
Muitas vezes, o trabalho das crianças é visto como “ajuda” ao orçamento doméstico, quando, na verdade, evidencia a insuficiência de políticas públicas eficazes de geração de renda, proteção social e o à educação.
A desresponsabilização do Estado é outro ponto crítico.
Ao tolerar o trabalho infantil como uma “necessidade” de famílias pobres, o poder público reforça a lógica do assistencialismo e não enfrenta suas raízes estruturais: a concentração de renda, o desemprego, a informalidade e o desmonte das políticas sociais universais.
Do ponto de vista econômico, o trabalho infantil não contribui para o desenvolvimento, mas o sabota.
Um país que permite que suas crianças trabalhem em vez de estudarem, está, na prática, limitando sua força de trabalho futura e reduzindo sua capacidade de inovação, produtividade e inclusão social.
A longo prazo, isso gera mais desigualdade, mais violência, mais dependência de programas compensatórios.
Para o Serviço Social, o enfrentamento ao trabalho infantil exige ações articuladas entre proteção social, educação, saúde e trabalho.
Também requer a valorização dos territórios, o fortalecimento da rede de proteção e a escuta ativa das famílias, muitas vezes empurradas à informalidade pela ausência de alternativas concretas.
A superação do trabalho infantil a por romper com a lógica da sobrevivência baseada na exploração da infância.
É preciso reconhecer que o problema não está na criança que trabalha, mas na estrutura que a obriga a trabalhar.
A defesa da proteção integral e da equidade social deve ser um norte permanente na atuação de assistentes sociais em qualquer campo de inserção.
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